quinta-feira, 22 de setembro de 2011

PUC está orfã



PUC está orfã
Faleceu Nadir Gouvêa Kfouri, o símbolo de uma PUC humanista, democrática e comunitária.

Há pouco mais de uma semana, uma notícia desoladora abalou a comunidade puquiana: Nadir Gouvêa Kfouri, reitora da PUC de São Paulo entre 1977 e 1984, faleceu. Dona Nadir, como era carinhosamente tratada na comunidade, foi a primeira mulher a comandar uma universidade católica no mundo e a primeira pessoa eleita para ocupar uma reitoria universitária na história do Brasil, em plena ditadura militar.

Para ocupar o cargo necessitou enfrentar o conservadorismo de uma instituição católica (necessitando, inclusive, de intervenção junto ao papa para ocupar o posto). Fazer da PUC um símbolo de excelência e democracia foi uma tarefa difícil para Dona Nadir, que não teve como barreira apenas dois membros do clero em uma instância universitária, como atualmente. Contra ela e suas políticas existia a repressão da ditadura, ordenada pelos governantes e exercida a punho de ferro pelo exército brasileiro de então.

Ela foi a responsável pela implementação da democracia puquiana, passando a reitoria a ser diretamente eleita pelos votos dos alunos, professores e funcionários. Durante aqueles anos difíceis, nos quais o direito ao voto e à liberdade de opinião eram irrisórios, dona Nadir criou um paradoxo, transformando o ambiente universitário num microcosmo do que deveria ser o país. Ao associar a luta por excelência acadêmica à luta radical pela democratização em todas as esferas, fez da PUC uma provocação em forma de universidade: a Gloriosa ousava ser democrática e livre em meio a um mar de repressão.

Hoje, o paradoxo se inverte e o Brasil, que não mais atravessa o estado de exceção, democratizando-se e desenvolvendo-se progressivamente, é sede de uma PUC cada vez mais fechada ao diálogo, responsável pela demissão arbitrária de inúmeros professores ao longo dos anos e pela recente perseguição a alunos bolsistas. É uma universidade diametralmente oposta à PUC de Nadir Kfouri, que não dispensou, mas acolheu professores como Paulo Freire, Octávio Ianni e Maurício Tragtenberg, entre tantos outros alijados do magistério nas universidades estatais.

Lembrar dona Nadir – e é uma pena que a instituição não o tenha feito de forma digna ao saber do falecimento - deixa saudades de uma PUC que não vivemos e nos dá ânimo para seguir lutando por um espaço de democracia e pela manutenção da qualidade da Pontifícia frente a onda de mercantilização do ensino, fazendo jus ao legado que nos deixou a reitora. Sua história de vida confunde-se com a da própria comunidade, que se perdeu em meio a interesses econômicos, e nos prova que sim, pode ser diferente. Nossa universidade ainda vale a pena. Precisamos resgatá-la e transformá-la novamente no motor da vanguarda democrática do país, o lugar que é seu por excelência.

Grupo Disparada

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Uma Singela Homenagem para Dona Nadir


A comunidade puquiana foi surpreendida hoje cedo por uma notícia muito triste: faleceu ontem Nadir Gouvêa Kfouri, reitora da PUC de São Paulo entre 1977 e 1984. Ela foi a primeira mulher a comandar uma universidade católica no mundo e a primeira pessoa eleita para ocupar uma reitoria universitária na história do Brasil - em plena ditadura militar.

Dona Nadir, como era carinhosamente tratada pela comunidade, foi exemplo de pioneirismo ao associar a luta por excelência acadêmica com a luta radical pela democratização em todas as esferas, fazendo da PUC uma provocação em forma de universidade: a Gloriosa ousava ser democrática e livre em meio a um mar de fascismo.

Foi durante seu mandato que a PUC-SP recebeu e protegeu professores perseguidos politicamente como Paulo Freire, Octávio Ianni e Maurício Tragtenberg entre tantos outros, que estavam todos alijados do magistério nas universidades estatais.

Apesar do profundo pesar que tal notícia nos causa, o exemplo de vida e atuação política de Dona Nadir é, ao mesmo tempo, um alento neste momento triste e um alegre sentido para direcionarmos nossa atuação acadêmica e a luta por uma PUC - e um mundo - melhor.

E vivemos na nossa PUC um momento que é paradoxal: enquanto o Brasil se democratiza e se desenvolve, nos fechamos cada vez mais, como foi visto nos últimos anos com o modo que tantos professores foram demitidos ou, para ficar com um exemplo próximo, com a recente perseguição aos bolsistas.

A história de vida de Dona Nadir, que se confunde com a própria história da PUC, nos prova que sim, pode ser diferente e que sim, a nossa universidade ainda vale a pena. Precisamos resgata-la  e transforma-la novamente motor da vanguarda democrática do país, o lugar que é seu por excelência.


segunda-feira, 12 de setembro de 2011

JUSTIÇA REESTABELECIDA: O CASO DO PROUNI


Recentemente o Grupo Disparada, em união de esforços com o Grupo de Alunos Prounistas, conseguiu a reversão de uma situação discriminatória que era perpetrada pela Universidade. A PUC-SP, através da SABE (Secretaria Administrativa de Bolsas), subordinada à Pró-reitoria de Relações Comunitárias, estabeleceu, ao arrepio da Lei do Prouni e da própria Constituição, uma diferenciação entre alunos pagantes e alunos bolsistas. Sob a justificativa de uma frágil perspectiva pedagógica, os prounistas tinham seus requerimentos de cursar matérias no outro turno, em razão de monitoria ou DP, negados.


Em apertada síntese, argumentavam os gestores que cursar uma matéria em outro turno representava uma nova matrícula acadêmica e que ao cursar a DP concomitantemente às matérias regulares os alunos prounistas poderiam reprovar novamente, sendo recomendado que eles cursassem um 6º ano para fazer todas as DP. Estes argumentos demonstram o caráter discriminatório das medidas da Universidade, uma vez que alunos pagantes podem cursar uma matéria em outro turno, em virtude de monitoria, sem que isso represente uma nova matrícula para ele, e lhe é garantido o direito de cursar a DP logo em seguida sem ser questionado o seu aproveitamento acadêmico. É a adoção de duas “pedagogias” diferentes: uma para os pagantes outra para os bolsistas.


A despeito da flagrante ilegalidade a Pró-reitoria de Relações Comunitárias seguiu sua aventura quixotesca, teimando em resistir às tratativas tentadas por este grupo e pelos prounistas em todas as instâncias da PUC. Como estas tratativas não lograram êxito, o Grupo Disparada e os alunos prounistas acionaram o MEC para que exercesse sua fiscalização sobre esta situação o que resultou na ordem do Ministério para que a Pró-reitoria e a Secretaria revissem seu posicionamento e acatassem a lei.


Tornamos pública, portanto, a vitória dos alunos prounistas, ressaltando o valor inestimável que estas bolsas conferem, não só a seus beneficiários, mas a todos os alunos de Direito desta faculdade, engrandecendo a humanidade que advém do convívio com as diferenças. Uma batalha foi vencida – o respeito à igualdade de direitos – porém outras se põem a nossa frente, como a efetiva implementação de uma Comissão de Acompanhamento Permanente das bolsas, autônoma e isenta, como determina a lei, e pela qual o Grupo Disparada se compromete a continuar lutando. O Grupo Disparada se propõe disseminar uma cultura de diálogo e justiça na vida política da Universidade, demonstrando que quando os estudantes se unem e se organizam para reivindicar seus direitos conquistamos mais e mais vitórias!

GRUPO DISPARADA


Lembrete: 

Reunião aberta com os representantes do Conselho da Faculdade e dos Conselhos Universitários: 
terça-feira 13/09 às 11h30 e 20h30, Pátio da Cruz. 

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Prezados estudantes,



Convocamos todos a comparecer à reunião aberta com os seus representantes no Conselho da Faculdade, para discutir o item 18 da pauta da próxima reunião deste conselho: como as medidas tomadas pela Universidade em relação ao contrato dos professores afetam sua qualidade de ensino.


As reuniões ocorrerão no dia 08/09, às 11:30 e às 20:30 no Pátio da Cruz.

Atenciosamente,

Disparada.