sábado, 10 de dezembro de 2011

Consun: Próxima Reunião e a Moção contra o Aumento das Mensalidades

Representação disecente no último Consun
A próxima reunião do Consun será dia  12/12 às 08:30 no Prédio Novo do campus Monte Alegre, sala 119-A. Compareça e defenda seus direitos! Segue a moção escrita pelo movimento estudantil contra o aumento:

Moção de Repúdio ao Aumento de Mensalidades na PUC-SP

Em recente reunião do Conselho Universitário (CONSUN) da PUC-SP, foi anunciado que a grande novidade do plano orçamentário de 2012, apresentado em pleno final de ano, seria um aumento na ordem de 11% nas mensalidades de todos os cursos.

Tal aumento é muito superior ao índice de inflação oficial (o IPCA) e ao índice usado para a correção monetária das mensalidades (o IGP-M), ambos variando entre 7% e 6% no acumulado de doze meses em novembro - e com viés de queda em dezembro.

Ainda o Último Consun
Essa medida, no entanto, não é aleatória nem isolada. Ela se insere dentro de uma política de aumento de mensalidades conjugado com arrocho salarial dos professores, como se constata há anos na PUC-SP: de 2010 para 2011, as mensalidades já subiram 9,3% e que um curso como o de Direito, que tinha mensalidades na casa de R$1.100,00 há três anos, hoje está em R$ 1542,00, com possibilidade de subir para 1.711,62!

Por outro lado, ocorre a chamada maximização dos contratos dos professores, que desde então são obrigados a trabalhar mais - dando mais aulas, perdendo tempo para pesquisa e atualização - para receber o mesmo.

Ao passo que isso ocorre, não existe um esforço das instâncias superiores em buscar novas fontes de financiamento, o que tem onerado estudantes e professores. Mesmo com tal política financeira restritiva, que já dura quase oito anos, a PUC-SP registrou, pela primeira vez desde 2006, prejuízo - segundo a controladoria da mantenedora da PUC-SP, a Fundação São Paulo (Fundasp), na ordem de 7 milhões de reais.

Como isso se explica? Novamente, recorrendo ao exposto pela controladoria, na reunião de 07/12 do CONSUN, isso se deve a não matrícula de muitos aprovados no vestibular e, também, ao cancelamento de matrículas ao longo dos cursos - o que engloba desistências e transferências para outras universidades.

A saturação da política de resolver problemas de receita aumentando as mensalidades, agora produz o efeito inverso, espantando os estudantes, gerando uma tendência que, hoje, é de queda das expectativas de arrecadação com receita das mensalidades, mas que, dentro em breve, poderá acarretar na queda absoluta da arrecadação!

Em outras palavras, o modelo encontrou seu limite econômico, não que, antes, já não tenha encontrado seu limite acadêmico, com a sobrecarga dos docentes, sem condições de dar aulas com a mesma qualidade ou fazer pesquisas pela falta de tempo, ou pela brutal oneração dos discentes. 

Tal fato aumenta a dependência dos alunos perante suas famílias o que muitas vezes os obriga a trabalhar precocemente, prejudicando seu desempenho escolar. Soma-se a isso, os vestibulandos aprovados que, sem condições de financiar seus estudos, não se matriculam, fazendo com que as vagas não seja preenchidas em alguns cursos ou que, para tanto, a lista tenha de "rodar" várias vezes.

O curso de Serviço Social, por exemplo, não tem todas suas vagas preenchidas há anos sendo que faculdades com mensalidades mais competitivas como a UNINOVE contam com 1400 alunos, a FMU e a UNICASTELO com 600 alunos cada.

Nesse sentido, apresentamos nosso repúdio a tal medida e pontuamos que barrá-la, neste momento, é fundamental dentro de um contexto do qual ela é a ponta do iceberg.

Atualização de 12/12, às 21:32: Informe do Consun de hoje: na votação do orçamento no Conselho da Universidade (Consun), a representação dos estudantes votou até o último momento para que o reajuste nas mensalidades só cobrisse a inflação medida pelo IGP-M (6%) - proposta que passou para o segundo turno de votações e perdeu para o aumento de 9% (19 votos a 6), tendo, no entanto, derrotado as propostas de 11% (2 votos) e 10%(5 votos) em primeiro turno. Agora, o resultado vai para o Conselho Administrativo (Consad) para apreciação - e se houver mudanças, retornará para o Consun antes de ser enviado para a mantenedora. Também foi aprovado uma comissão de acompanhamento e fiscalização da execução do orçamento de 2012, com vistas a adiantar os trabalhos de planejamento do orçamento de 2013, deixado para última hora este ano - o que é essencial neste momento, que apenas inicia um novo ciclo de lutas por mensalidades justas. Luta que segue, luta que está apenas no começo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário